Nada como o futuro!

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Outras notas do velho safado

o Bukowski em atividade, conforme imaginei

O documentário feito sobre Bukowski, Born into this, ajudou a confirmar a suspeita que já havia começado com o primeiro livro que li dele, Pulp. Vi alguma semelhança com Henry Miller, que se confirmou ao conhecer mais sobre o poeta alemão. Se o rigor com a escrita e o número de páginas por obra os separa (maiores em Miller), uma visão de vida os aproxima: ambos enxergavam o trabalho comum, esse que paga algumas contas e te tira e te põe na cama em horários indevidos, como um passo a ser dado para que se chegasse a um objetivo maior. Um mal a ser diariamente combatido e superado para que pudessem viver da escrita. Ambos recusaram-se a encarar o trabalho como um fim em si, um estacionamento de vidas que talvez-quem-sabe-um-dia possam realizar seus sonhos. 

Notas de um velho safado, de Bukoswki, é bom demais. Quem sabe hoje atinja a metade das 260 páginas. Mas com o pouco lido já rendeu muita coisa, como dá pra perceber. Aí vai:

  • “Mas eu tenho um velho ditado (invento velhos ditados enquanto passeio por aí em meus farrapos) que diz  que o conhecimento que não se realiza é pior do que a ausência total de conhecimento”.
  • “O próximo sujeito que chamasse o dinheiro de pão deveria ser pago totalmente em trigo”.
  • “O que esses malditos revolucionários que ficam zanzando ao redor do meu apartamento bebendo a minha cerveja e comendo a minha comida e exibindo as suas mulheres precisam aprender é que a coisa deve vir de dentro pra fora. não se pode dar a um homem um novo governo como um novo chapéu e esperar um homem diferente dentro desse chapéu”.
  • “Antes de matar qualquer coisa certifique-se se tem alguma coisa melhor pra por no lugar”.
  • “Os rapazes berrando pelo seu sacrifício nos parques públicos são geralmente os que estão mais longe quando o tiroteio começa. eles querem viver para escrever as suas memórias”.
  • “por favor, tenha cuidado com os seus líderes, pois existem muitos nas suas fileiras que prefeririam ser presidente da General Motors do que incendiar o Posto Shell da esquina. mas como eles não podem ter um ele pegam o outro”.

Ah, férias!

Como é bom acordar e não ter que ir pro trabalho. Mesmo que seja cedo. Será que não tem mesmo como emendar as férias com a aposentadoria?

Declaração de amor é para os fracos

Roberto Carlos já foi um cara ousado e original. Pelo menos antes de assinar com a Globo em 1974, quando ele abandonou essas características, restringindo-se a ser apenas gênio. Um exemplo do  que ele era capaz é essa canção romântica em que ele demonstra através da lógica e da moral que a negativa da moça é um erro. Exemplo:

Meu bem
Use a inteligência uma vez só
Quantos idiotas vivem só
Sem ter amor
E você vai ficar também sozinha
E eu sei porque
Sua estupidez não lhe deixa ver que eu te amo

Paulo Francis

“Morremos uma vez só. Felizmente, porque nascemos diversas. A primeira é a menos dolorosa”.

 

O afeto que se encerra, pg  72. Edição de 2007 da editora Francis.

Keith Richards e Simply Red: plágio não, parceria!

Estava pronto para apontar um plágio grau hediondo cometido pelo Keith Richards nessa “Make No Mistake”. Ouvi hoje essa faixa do Talk Is Cheap e na mesma hora me veio a For Your Babies do Simply Red. A sequência de acordes não é óbvia e seria difícil ele não ter escutado o sucesso do Mick Hucknall.

Ao verificar a acusação que estava pronto a fazer, descobri que foi o oposto: o disco solo de Keith Richards veio antes de Stars, do Simply Red, 1988 contra 1991. O problema é que ficou a mágoa com o Stone por ter lido a biografia dele, Vida. 6oo e tantas páginas em que a vida e a visão de música dessa lenda do rock’n’roll, seguramente as grandes contribuições dele para a humanidade, acabam diluídas em… enrolação, construção e manutenção da imagem dele e dos Rolling Stones como uma banda perigosa, a mais perigosa do mundo.  Cara, entenda: banda perigosa. Não tem como associar esses termos sem proliferar vergonha alheia. Veja a biografia do Johnny Ramone, em comparação: ele fala da infância, adolescência, paixão por base ball, conhecer os integrantes e formar os Ramones, toda a carreira da banda, troca de integrantes e discografia comentada  disco por disco, fim da banda, descoberta do câncer e a notícia final sobre a derrota para a doença. Em nenhum momento ele tenta exaltar a importância  dele e da banda para o leitor, a não ser na passagem em que, questionado por um fã por ser um punk e dirigir um carrão, ele responde: ‘escuta, moleque, eu inventei o Punk. Se eu dirijo um Cadillac, então dirigir um Cadillac é (ser) Punk’. Tudo isso em 150, 160 páginas.

Desfazendo o erro do começo do texto: a versão MELHOR da música é do Simply Red. O Keith só fez a original. Confere aí:

Facebookices

 

A palavra “exagero” atingiu outro patamar.  Ela quase se misturou com aquela outra…  “piada”! Veja o flagrante do quase encontro:

Aposta

Hoje, dia 03 de setembro de 2012, a Folha de São Paulo solta uma notícia sobre uma possível volta do Ira!. A única evidência que sustentaria tal evento seria a conciliação entre o Nasi e seu irmão, Júnior, ex-empresário da banda, ocorrida em junho último. Fora isso, um comentário do vocalista que não diz nada dizendo coisa alguma sobre esse possível retorno, sem data de quando ocorreu.

Por que essa especulação três meses depois da “pista” principal, que sustenta a matéria? Por que um jornalista, declaradamente avesso ao rock nacional, solta essa nota às SEIS HORAS DA MANHÃ?

Isso não é palpite, é furo. Engenheiros do Hawaii não será o grande nome do rock nacional a voltar ano que vem.